Hoje a noite tem Aluá encerrando a 4ª Mostra Tapiri de Breves Cenas e Monólogos

Decripo Lou Totepou com Odília Nunes - Teatro e Variedades (PE)

Quem chegou de mau humor ou com algum problema na noite de sexta-feira (13), no Teatro Um do Sesc Esplanada com certeza esqueceu de tudo e caiu na gargalhada com o espetáculo Decripo Lou Totepou do Teatro e Variedades (PE). Impossível não rir da desenvoltura de Bandeira em cena, que através de sua simplicidade, encheu de amor e alegria a noite do público que a foi prestigiar.  A dona de casa Lucineide Maria da Silva aproveitou muito bem esses momentos e riu durante toda apresentação. Ao final ainda com um sorrisão no rosto afirmou que adorou o espetáculo. "Eu nunca ri tanto na minha vida, muito bom", disse. 
Flávia Diniz e a participação em Decripo Lou Totepou
E cada apresentação da 4ª Mostra Tapiri de Breves Cenas e Monólogos provocou a plateia de alguma forma, seja através do riso ou da reflexão. A mostra encerra hoje com "Mulheres do Aluá", um trabalho de investigação de nossa história e contado sob a ótica de quatro mulheres condenadas em 1910. O responsável pela dramaturgia textual é o sergipano Euler Lopes Teles, que agora tem a oportunidade de conhecer a cidade sobre a qual pesquisou e de acompanhar de perto o processo de construção do espetáculo. Euler fala sobre a pesquisa para este trabalho e como é vir conhecer a realidade cultural da cidade de Porto Velho e poder ver "Mulheres do Aluá" em cena.  
O dramaturgo Euler Lopes convidado direto de Sergipe
Como é para você vir a Porto Velho e acompanhar a dramaturgia que você escreveu em cena?
Eu acho que na minha vida é uma oportunidade muito grande que a escrita me permitiu.Comecei escrever lá para o meu grupo, aí veio o concurso que é o Jovens Dramaturgos, que eu consegui, a partir da minha escrita ir para o Rio de Janeiro e agora consegui chegar a Porto Velho. Então eu sinto que a minha escrita está indo primeiro, preparando o terreno e está me chamando depois. E acho que é um contato maravilhoso, porque foi um período de muita pesquisa, eu sentia muita falta de saber, de conhecer Porto Velho, conhecer as pessoas daqui e não deu. Então eu estudei muito sobre a história, sobre a pesquisa desse lugar e eu queria muito vir, eu falava muito com o Chicão de vir conhecer e ver o espetáculo. Estar aqui é uma coisa muito emocionante porque vou revivendo o processo de escritura do texto, da dramaturgia e podendo ver o que isso movimentou, o que isso está despertando nas pessoas, no elenco, no grupo, então tem sido um aprendizado maravilhoso está aqui com o Chicão, está aqui no Tapiri, porque a gente vê qual é a realidade do teatro na cidade e isso é muito bacana. 
O dramaturgo Euler Lopes convidado direto de Sergipe acompanhou toda a Mostra

O que você achou da Mostra, já que você teve a oportunidade de ver os trabalhos daqui e de outros estados?
Eu achei que o teatro daqui já tem uma personalidade, tem grupos que estão já com algumas propostas estéticas, com alguma propostas muito legais já prontas. A gente vê que há um diálogo com a Universidade, que está sendo costurado e amadurecido e isso é muito importante e o mais bacana que o público está vindo, que o público prestigia muito as apresentações locais, que isso é muito bom e muito difícil em outras cidades. 

Mulheres do Aluá encerra a 4ª Mostra Tapiri de Breves Cenas e Monólogos

A apresentação do espetáculo "Mulheres do Aluá" encerra a 4ª Mostra Tapiri de Breves Cenas e Monólogos. Uma proposta cênica que busca contar a história de mulheres, que foram condenadas.  Num período em que o pensamento-homem é que determinava a condição de cada uma delas. São mulheres de diferentes épocas, com histórias marcadas pelas violências. Elas foram rés em processos hoje arquivados no Centro de Documentação Histórica do Tribunal de Justiça de Rondônia. Processos que revelam as dificuldades delas em um ambiente hostil e opressor do passado da região Amazônica (São processos a partir de 1910 que correspondem às comarcas de Santo Antônio do Madeira e Porto Velho) e teve forte influência no ciclo da borracha, com a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré.  O espetáculo foi concebido a partir desta pesquisa e desta investigação cênica que coloca em foco a relação de gênero e o universo feminino. Essas histórias registradas nas páginas frias do processo que foram transformadas em dramaturgia e virou espetáculo. Quatro mulheres/personagens: Bebé Robert, Josefa Cebola, Elisa e Catharina que são condenada e trancafiadas em celas que ficam num cidade abandonada no interior da floresta,com o passar do tempo se transformaram em “mulheres de pedra”, uma vez por ano saem desta condição para beber e festejar o “ALUÁ”, enquanto estão preparando a bebida relembram suas memórias/lembranças, após as narrativas dançam e bebem o aluá e  depois voltam a condição de mulheres de pedra.

Aluá em fase de preparação

E a noite começa com a distribuição do aluá, bebida de origem indígena que é preparada com uma mistura de farinha de milho, gengibre e açúcar mascavo. Para experimentar é só comparecer neste domingo (14) no Teatro Um do Sesc Esplanada, a partir das 20h. A entrada é gratuita. Classificação 16 anos. 

A Mostra é uma realização do O IMAGINÁRIO, com patrocínio da CAIXA e apoio do Sistema Fecomercio/SESC/RO e Prefeitura de Porto Velho/Fundação Cultural de Porto Velho.

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