Memórias Poéticas com a “Maga da Palavra”

Babaya Morais


Gosto da ideia de que deus é uma mulher. Se for, posso tê-la visto em ação durante essa semana. Já viu deus trabalhando? Seu olhar atento a cada detalhe da obra, criando com a palavra algo que faz seus olhos brilharem, ouvidos alcançarem um gozo transcendental e o corpo se entregar ao embalo das ondas sonoras de cada silaba por ela construída.

Babaya Morais, esse é o nome da deusa, da bruxa, da professora, da pessoa que deixou o Tapiri transbordando poesia falada. A mulher que fortaleceu as estruturas de um espetáculo que está prestes a nascer “A Borracheira”. O espetáculo é fruto da pesquisa “Memórias poéticas: sobreviventes do crescimento das árvores”. A bruxinha – como ela mesma se autodenomina – de sotaque manso e sorriso constante veio de Minas Gerais a Rondônia para realizar a Direção de Texto e Preparação Vocal das atrizes e ator do espetáculo. 

Durante os dias de estadia e trabalho em Porto Velho a “Maga da Palavra”, conduziu os atores a reconhecerem seus corpos, suas potencialidades e explorá-las nos personagens que juntos construíram.

Serena em todos os momentos criou uma relação de confiança tão forte com os atuadores, em tão pouco tempo, algo que raramente se vê no meio artístico, já que esse está tomado pelo ego entorpecente de pessoas que se colocam em posições que muitas vezes estão longe de alcançar. Essa relação criada entre os co-criadores do caminho a se seguir com a voz que deverá ser ouvida e compreendida pelos espectadores – que irão assistir ao espetáculo a partir do dia 29 de outubro de 2019, data prevista para a primeira apresentação do espetáculo – permitiu que o trabalho fluísse e o tempo se rendesse à velocidade da construção da direção de voz que Babaya realizou.

Durante todo o processo Chicão Santos, o encenador do espetáculo, que estava no salão de pesquisa e ensaios, ora construindo a cenografia do espetáculo, ora observando o processo da preparação vocal, tinha aquele sorriso no olhar que apenas que o conhece reconhece. Um olhar que dizia o quanto está feliz em ter conseguido um espaço na agenda da “Maga da Palavra” para que ela viesse preparar seus atuadores. Ter Babaya no processo de criação de um espetáculo é experiência que poucas pessoas, infelizmente, tiveram a oportunidade de ter e ele sabe valorizar isso, assim como os atuadores.
Se somos imagem e semelhança de Deus, quem sabe nossas ações também não se assemelham às dele!? Babaya definidamente foi agraciada com a poesia dos deuses. Ao tocar suas mãos na voz dos atuadores do espetáculo produzido pelo Grupo O Imaginário, por meio do Edital Rumos 2017/2018, ela trouxe clareza e vida, trouxe poesia sonora para cada onda sonora por eles emitidas.
Nos cinco dias que ficou em Porto Velho, Babaya se disse encantada com o afeto das pessoas do norte, em especial dos integrantes do grupo O Imaginário.

A maga que a todos encanta, além de ser uma excelente profissional, tendo preparado atores para atuarem em novelas da Globo, Séries de TV, filmes e mais 200 espetáculos, demonstrou uma sensibilidade incomum e isso nos faz amá-la ainda mais.

Por Édier William


 
































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